quinta-feira, 31 de março de 2011

Lá no corredor existia uma flor,
de sorriso terno e tímido.
Seu nome não me recordo, mas via nos seus
olhos um amor, tal brilho, tal olhar...

De sol e lua

Lá no céu foi moldado um véu,
um romance triste mas compreensivel
entre o sol e lua.
Dois destinos, o mesmo caminho
ficarem sozinhos.
A lua chora no seu poente e o sol
vem ao seu encontro sorrindo, mas
sempre nasce atrasado.
O romance do sol e lua só fica completo no
eclipse, mas quando esse eclipse termina
os corações se partem e só resta a solidão.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Queria te encantar com o mais belo poema,
te cortejar no clarão do luar.
Brindar com uma bebida qualquer, o nosso romance
que começou na sombra da figueira.
Sorrir, cantar e te amar para todo o resto de nossas vidas,
levar-te flores para embelezar o teu jantar.
Beijar-te e falar-te eu te amo logo no fim da boca da noite.

terça-feira, 29 de março de 2011

Guria dos olhos cor de mel,
quando te vejo tiro o meu chapéu.
Vento minuano sopra teu perfume no ar,
vem a mim como a flor do luar.
Rosa dos meus sonhos vem colorir
o meu coração.
Tristeza não te ver, mas um dia há
de te conhecer.
Meus olhos cinzas já não querem ver mais
o medo e silêncio que ficou atrás.
Os versos engravados na solidão,
me prendem horas nas cordas do violão.
Estrofes vazias na calmaria voam livremente
na calmaria.
Senção de paz na minha poesia, mas nunca sai
como eu queria.
O que eu escrevo brota no coração, minha alma
se ilumina na escuridão é a solidão.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Setembro...
Em um galpão se escutava um gemido de uma gaita de botão,
o violão chiava parecia uma chaleira, o bom ouvido me
falava ali que eu vou me acabar na rancheira.
- O seu bolicheiro me dê um trago de caña!
Que não sou daqui e quero voltar para a campaña.
Te conto minha história e o senhor me dá uma Nossa Senhora?
A minha perdi há léguas atrás!
O dono do bolicho sem entender quase nada do que o viajante
estava falando disse;
-Tome o seu trago e saia daqui rapaz!
Chuva e garoa anunciam o outono
de todos os anos.
Frio e vento quantas pessoas que
vivem no relento.
Estação buena para aquecer o coração.
Geada e orvalho vemos no final, perto do inverno
ai dizemos que o romance pode ser eterno.

domingo, 27 de março de 2011

As bocas falam por ai,
que a minha poesia está quase no fim.
Leitores dizem que o autor já é quase um ator.
Escritores brincam de construtores, para levar
ao público a sua obra.
As horas para quem escreve são tão mortas.
O sol desponta
E não vejo a hora de chegar no rincão
Uma alma na busca do coração.
O meu peito já cansado de tanto esperar, o amor
que já esta prestes a chegar
Em um mate cevado no olhar.
O peito que não aguenta mais esperas, vem coração que a solidão é uma doença que não tem fim, destrói o amante q vive em mim.

sábado, 26 de março de 2011

Na caminhada existem quedas,
nas quedas existem superações.
No simples exite algo composto,
o composto por sua vez é simples.
O galope do pingo levou-me a ver maravilhas,
lá no alto da coxilha. De vez enquando escutava
o barulho da tropilha. O tilintar das chilenas
nos povoados que eu passava, despertava um certo
interesse das chinas.

Andejos do meu passado, que andei quando guri.
Ficava sempre entreverado em algum bolicho
de estrada, mas como sou taura da terra sulina
sempre resolvi os bochinchos e terminavam por ali.

Causos de galpão sempre contei por ai,
as coisas que vivi e as que irão por vir.
Palavras que vêem para alegrar o povoado
daqui sem ofenças para na ferir.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O romance começou lá no fim do inverno,
o amor que ali brotou foi eterno.
O som da poesia que fiz em agosto, quando a
escutei foi mais um gosto.

amor?

O amor que vem de mim brota no coração,
guia minha alma nessa escuridão.
Morrer por amor já não é o fim, mas encontra-lo sim.
Há máguas e temporal nessa longa estrada, e não
sei se vou encontrar a minha amada.
O desespero toma conta de mim,
pois acho que meu pranto não terá mais fim.
O brilho dos teus olhos já não vejo mais a solidão
tomou conta do meu cais.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Campaña

Sonó la campaña!!!
Esse é o sinal pro peão que gineteia
o cavalo corcoveia querendo arrancar o gaúcho.
Sem afrouxar os garrão o taura
aguenta o repuxo
na garupa do alazão.

Soneto de quem partiu

Quando um dia Morena Rosa partiu do rancho
queria desbravar o verde dos campos.
Pediu para eu cevar um ultimo mate,
pois iria sentir saudade.
Morena Rosa saiu ao trote largo, me dando um
beijo muy amargo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A uma preta especial(mais do mesmo)



Preta especial faz quase um ano que tudo mudou para nós, tristeza por ver você partir e não poder me despedir.
Luz guia do meu caminho, alegria dos meus olhos tristes, leva-me um dia para perto de você.
Essa tristeza que não controlo, essas lágrimas que aparecem só em pensar e o amargo que sinto quando pronunciam seu nome querendo fazer alguma ironia, desejo incontrolável de encontrar-te.
Vejo você meu bem, em um voo de uma borboleta, na brisa quando toca meu rosto levemente como você fazia quando eu estava doente, as vezes me pego mirando meus olhos para as estrelas e recordo de um momento, quando mirávamos juntos para o céu e em um piscar de olhos fixava meu olhar no seu e falava perto de seus lábios eu te amo.
Sentimento de revolta, você foi eu fiquei queria ter embarcado junto com você neste passeio, mas não pude.
AS vezes penso que tudo isso que aconteceu com nós foi um sonho e você se encontra aqui do meu lado soprando-me declarações lindas de amor.
Para mim és eterna e nada vai mudar meu sentimento por você, esta viagem não é só de ida haverá uma volta e com certeza você vira correndo para os meus braços como era antigamente, logo quando nos conhecemos.
Queria só dizer-te mais uma vez EU TE AMO E SEMPRE TE AMAREI, DO MESMO JEITO QUE TE FALAVA EM NOSSO PASSADO, E REVELAR A IMPORTÂNCIA QUE VOCÊ TEM PARA MIM, mas não deu tempo para falar tudo isso, você foi antes da minha coragem aparecer. DESCULPA!
Hoje é só dor, lágrimas e saudade.

....

No dia mais sombril,
colhi uma flor de abril.
Na noite mais fria, encontrei
calor em quem mais queria.
Na poesia busquei a alegria.
Na palavra inquieta do poeta, chorei
e disse o senhor é um profeta.
No breu da escuridão encontrei Deus.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Gaúcho


No lombo do gateado e com minha bandeira a tremular no vento.
Sou gaúcho e nunca vou afroxar meus tento.
No relento o meu cobertor é minha bandeira,
com o sol ardente ela será meu escudo.
E no meu leito de morte, quando afrouxar meus
garrão ela será meu caixão.

A gineteada na égua manca

De certa feita lá na fronteira, um pé de caña entrou gritando;
-Eu estou bebendo e eu que estou pagando! As pessoas que estavam
no bolicho se olharam sem entender, mas o borracho ainda altaneiro
soltou mais uma rima;- Sou dá fronteira e vim aqui no bolicho do
companheiro e digo aqui só tem cachaceiro. Este verso revoltou
a peonada, tal revolta se via nos olhos dos tauras, mas o bebado
teria mais algo para dizer e disse;- Vi que com tais versos a peonada
se revoltou, mas não vim aqui para insultos, mas para fazer uma aposta.
-APOSTA?
É meus galo uma aposta fronteiriça, pega e calça essas tamanca e monta
em pêlo naquela égua manca, quero ver se tem homem para tal feito.
Um gaucho já meio borracho gritou eu vou, seu nome era teteu ginete, medo não tinha
poies estava bebado, montou na aporriada com aquele chapéu tapeado o resto da peonada ficou amedrontada na hora que ele escarceou o aporriado. Passou um tempo e o teteu ainda nas crina da égua manca já tinha perdido uma das tamanca gritou;- QUAL MEU PRÊMIO? o bebado disse esta em cima do prêmio, essa égua manca que tu montou de tamanca nem um ginete parou, acho que tu até já a domou.
Depois de tanta ginetiada me retiro com mais um causo de fronteira
Da onde vem essa criação? A pergunta não quer calar!
De repente ela vem do coração.
Nos sorrisos mais timídos,
nas palavras calmas,
na vida simples.
Em um choro emocionado,
em uma caminhada mais rápida,
no olhar desesperado
na busca de esperança.
Uma vida toreando a outra,
em algum texto sem motivo.

sábado, 19 de março de 2011

Entre um mate e outro

Nos causos contados entre um mate e outro fazemos uma prosa,
simples gesto de passar de mão em mão a cuia, faz do chimarrão um
alentador de amizades.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Quando te olho guria, aquela emoção me atrai
a felicidade é imensa e mal cabe neste cais.
O seu sorriso era tão doce, lembra-me nós há
um tempo atrás.

quinta-feira, 17 de março de 2011

tenso

Há poucos dias atrás, estava aqui em casa
olhando uma roseira, tão bela, mas as suas
rosas são estranhas do lado direito as flores são
da cor rosa e do lado esquerdo as flores são da cor laranja.
Achei meio estranho, pois elas são do mesmo lugar, mas cheguei
a tal conclusão que a natureza é completa, mostra-me todos os dias
que somos diferentes, mas a beleza é igual.

...

Nos meus andejos procurava a estrada,
com um mate longo na caminhada à tomar.
Apressando o passo para encontrar a amada,
nos caminhos que abri me garanto, pois aqui
no sul sou meio que um santo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Maria debruçou-se na cancela com um mate bem cevado, com yujos e erva buena para esperar o seu amado.
Allo largo ela viu o joão em seu cavalo, um ar alegre despontou em seu peito, seu amado aumentou o passo em um tropéu onde não se via mais o pasto.

domingo, 13 de março de 2011

Rodeio

Fui num rodeio onde tinha lenço e tirador,
laço bueno e cavalo roncador.
Lá pelas tantas ouvi o seu locutor esbravejando
e berrando "é branca a armada seu moço".
De cancha aberta o meu coração aperta,
de vez enquando até uma armada eu acerto.
Flor dos campos que tanto vejo seus encantos,
beleza tamanha que até me deixa com vergonha.

quarta-feira, 9 de março de 2011


A bandeira tricolor que tremula dentro de mim,
e esse sentimento nunca terá fim.

terça-feira, 8 de março de 2011

Cusco


Tão grande e buena é a amizade entre nós dois que não tenho muitas palavras
para dizer, cusco companheiro não foge nem no desespero, pode ser um bicho
pequeno, mas sua coragem é sem tamanho. Coisa que espanta-me quando te vejo
feliz, parece uma criança quando ganha algum doce. Cusco, o companheiro para
qualquer hora, teu tamanho não me importa, pois tu és gigante.

segunda-feira, 7 de março de 2011

De pai para filho

No olhar do campeiro tinha uma alegria sem tamanho,
olhava para o campo e coxilha e sorria discretamente,
não gostava que as pessoas vissem que estava feliz,
mas o brilho em seus olhos ele não puderá esconder.
O piá que estava ao seu lado naquela manhã de inverno,
não olhava para o que seu pai admirava , mas sim para seu o pai
nunca tinha visto tão brilho nos olhos de alguém, sentia que o velho
estava feliz.
O velho estava passando o conhecimento vaqueano para o guri, e esse
guri aprendia tudo sem muitas perguntas, o sonho de domador começará
naquela manhã fria de inverno. Em seus cavalos bem encilhados, lembro-me
como se fosse hoje, um baio ruano e uma égua pampa, os dois vinham em um
tropéu com arreios firmes. Mas o guri só pensará no que tinha visto antes da
cavalgada, seu pai feliz. Passado algum tempo os dois aproximaram-se do rancho
e o guri apeou do seu baio e forá abrir a cancela, mas antes perguntou para o pai: O senhor está feliz? e o taura respondeu; Sim guri e deu risada e disse mais uma coisa filho tu és igual a mim. O guri nunca tinha escutado um elogio tão grande encheu seus olhos de lágrimas, mas engoliu seco a vontade subíta de chorar e disse; muy grato meu pai, o senhor foi o meu educador.

TRUCO

Um grito forte e altivo veio de encontro a mim
era um bebâdo que dizia assim; Truco pelado
e tu que não corras de mim.
Dei de mão nas minhas cartas e revidei num grito alucinante
FLOR e aqui o indío se garante aceito esse teu truco e ainda
te retruco.
O taura arregalou os olhos com um olhar de medo, pois naquele gritedo
até o chinaredo que estava no costado ficou quieto, o indío agigantou-se e soltou um verso; tu aumentou o jogo já que me levou três tento que tal levar mais quatro?
O truco é pegado não é pela tuas cartas, mas ser ousado adianta nessas horas
mentir também conta, mas a minha flor é daquelas que é santa, só para o teu espanto
é de vereda que quero ver o teu pranto, sem chorar nem reclamar acho que tu perdeu teus pila, me chamou de pilantra e calavero e agora quem és o caloteiro?
O indío levantou-se e deu de mão num mango que via pelo costado,- pensei cá comigo hoje é dia de bochincho, o causo já ia indo para seu fim o homem de mango na mão quase perto de mim,com uma voz jururu falando assim;- bom jogo, foi bom o fim.

sábado, 5 de março de 2011

Queria falar de campos, de planuras e coxilhas.
Andar na beira do rio e cochilar nas macegas.
Eu quero ser livre e cantarolar minhas cantigas,
regastar meu pampa antigo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

De certa feita vi um cavalo baio correndo lá no pé da coxilha
avistei de relacina um clarão sobre a encilha.
Pensei que fosse a mula se cabeça, mas com toda a minha tenência ajuizei meu tino
e disse cá dentro comigo era o negrinho.
Negrinho de nascimento, não afrouxava nem um tento, entre choros e sofrimento, um santo se criou.

reflexão?

Em um dia qualquer o garoto entrou na sala e gritou:
- Mãe! aconteceu algo!
Sua velha mãe assustou-se com tal berro e indagou;- o que foi seu louco?
O moleque respondeu;- o seu gato mãe, eu acho que matei!
Sua mãe correu para ver o mais novo feito de seu filho, chegando no local do acontecimento, ela avistou o bichano lá lindo e forte, olhou para seu filho e disse:
"Tu anda mentindo seu moleque! Agora tu me paga!"
Mas logo ouviu-se alguns ruídos que eram mais ou menos assim:
-Parabéns a você nessa data querida muitas felicidades muitos anos de vida...
O guri olhou para sua mãe e disse; mãe é seu aniversário preparei uma festa surpresa para ti, você não notou que seus amigos estão aqui? Sua mãe ficou quieta e vermelha nem sabia onde se esconder, pois naquele momento sentirá tanta vergonha de si.
Seus amigos olharam para ela com um semblante de não muito gostosos, e partiram sem dar adeus.
As vezes as pessoas se importam mais com animais, se ligam tanto que esquecem o seu convívio com humanos!